A educadora fez sucesso ao falar abertamente sobre sexo na TV, sem abrir mão do humor e honestidade
A educadora sexual Sue Johanson morreu nesta quinta-feira (29), aos 93 anos, conforme publicação da “CBC News”. De acordo com o noticiário, ela morreu em uma casa de repouso em Thornhill, Ontário, ao norte de Toronto, na companhia da família.
Sue nasceu em Toronto e iniciou a carreira como enfermeira. Na década de 70, abriu uma clínica de controle de natalidade na escola de sua filha, Jane, e a administrou por quase 20 anos.
“Minha mãe era incrível. Ela poderia estar em qualquer lugar a qualquer hora e as pessoas reconheceriam sua voz”, disse Jane Johanson à “CBC News”.
“Ela nunca ignorou as pessoas. Ela tratava todos absolutamente da mesma forma. Ela nunca julgava, nem era condescendente ou desaprovava qualquer pergunta que surgisse em seu caminho”, acrescentou.
Pautas sexuais
Sue ficou conhecida por estrear, em 1984, o programa “Sunday Night Sexy Show”, numa rádio local de Toronto e que também ganhou uma versão para TV, por meio da emissora W Network, entre 1996 e 2005.
Já nos Estados Unidos, a atração “Talk Sex”, derivada desses outros programas, foi ao ar de 2002 a 2008, sendo vendido para diversos países, incluindo o Brasil.
Aliás, em solo brasileiro, o programa foi veiculado pelo GNT, nos anos 2000.
Johanson oferecia diversos conselhos, desde como usar um brinquedo sexual até outras maneiras de apimentar a relação. Além disso, também navegava pelos tabus, sem abandonar o humor e franqueza – sua marca registrada.
Ainda de acordo com a publicação, considerada uma defensora do público bem informado quanto às questões sexuais, Sue abordava tópicos e dados demográficos ignorados pela educação sexual tradicional na década de 1990.
Enquanto treinava para ser enfermeira, ela foi ensinada por freiras que não falavam sobre o assunto, motivo responsável por encorajá-la em suas abordagens honestas e livre de julgamentos.
Sue, segundo Jane, nunca teve o interesse em se tornar uma celebridade ou nome de referência. Ela era apenas uma apaixonada por preencher o que via como lacuna do sistema público de saúde.
“Ela amava o que fazia. Ela se preocupava com a saúde sexual das pessoas, informações sexuais, e ela só queria ajudar as pessoas dessa forma”, finalizou a filha.